Afinal, por que a respiração no Yoga é (quase) sempre pelo nariz?
A respiração no yoga é quase sempre nasal e suave, com exceções sendo aplicadas em exercícios específicos. Inspiramos sempre pelo nariz, de forma profunda, lenta e ritmada, oxigenando e energizando o corpo físico. E exalamos mais lentamente ainda também pelo nariz, otimizando a liberação de gás carbônico e gerando sensação de bem-estar e relaxamento. Um exalar profundo gera a possibilidade de uma posterior inalação ainda mais intensa e completa.
Vamos treinar a respiração completa?
Inspire profundamente, expandindo o abdômen, enchendo o tórax entre as costelas e o baixo ventre.
Faça uma pequena pausa e, em seguida, exale pelo nariz, bem devagar.
Repita cinco vezes, lentamente. Assim você irá acalmar o seu sistema nervoso.
O nariz foi projetado para você respirar, a boca não. Simples, não é?
Nem tanto, pois muitas pessoas ainda insistem em respirar pela boca.
A respiração bucal impede a formação da pressão ideal no interior dos alvéolos pulmonares para a perfeita assimilação do oxigênio. Ao inspirar pela boca, você permite que as impurezas entrem diretamente nos pulmões. O design do nariz foi especialmente projetado para filtrar a poeira, mas quando respiramos pela boca estamos mais predispostos às infecções contidas no ar, abrindo as portas para diversos distúrbios.
10 características da respiração do Yoga
1) Profunda. A Respiração é ampla, utilizando a totalidade da capacidade pulmonar. Ao respirar, toda a musculatura do tronco participa do processo, porém, nunca devemos elevar nem movimentar os ombros.
2) Completa. Devemos utilizar as três fases da Respiração: abdominal, intercostal e clavicular. Os pulmões devem encher-se primeiramente na parte baixa, logo na parte média e finalmente na parte alta, esvaziando-se de forma inversa.
3) Consciente. Durante o prāṇāyāma procure sempre estar presente no exercício que estiver fazendo, observando a cada instante os efeitos que a técnica está desencadeando dentro de si. Sem consciência não há concentração possível.
4) Ritmada. A cadência é extremamente importante. Existe uma estreita relação entre ritmos respiratórios e estados de consciência: mantendo um ritmo cadenciado conseguiremos tirar muito mais proveito dos exercícios.
5) Controlada. Evite ficar sem fôlego. Se estiver perdendo o domínio por não conseguir acompanhar a contagem do tempo estabelecido, reduza esse tempo, para conseguir manter o ritmo de acordo com a sua capacidade pulmonar individual.
6) Uniforme. Devemos encher os pulmões de forma gradual e constante, sem dar arrancadas bruscas no início da inalação ou fazer força excessiva para expulsar o ar.
7) Lenta. A respiração deve ser tão lenta quanto for possível. Trabalhe no sentido de torná-la cada vez mais pausada.
8) Silenciosa. Também devemos esforçar-nos por manter o ar fluindo da forma mais silenciosa possível. Exceções: bhastrikā, bhramārī e ujjayī.
9) Nasal. Os cílios das narinas filtram as impurezas que estão em suspensão no ar. Ao inspirar pela boca, você permite que elas entrem diretamente nos pulmões, o que pode provocar diversos males. Esta é a pior maneira de respirar. Evite-a sempre que puder. São raros os prāṇāyāmas que a utilizam: apenas śītal e śītkarī, com o único objetivo de aliviar a sensação de calor, cansaço, fome ou sede.
10) Com a mínima projeção do ar. A compreensão do conceito de comprimento do alento é fundamental para atingir a perfeição na respiração yogika. O comprimento do alento é aquela distância à qual podemos perceber o ar que sai pelas fossas nasais.
Coloque a sua mão alguns palmos abaixo das narinas. Se você exalar com força sentirá o sopro chegando nela. Expirando com a mínima projeção do alento o fluxo do ar será imperceptível, mesmo mantendo a mão bem perto do nariz. Quanto menor for essa projeção, maior será o controle do prāṇa.
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